Existe um espaço silencioso que se abre em cada encontro terapêutico.
Não é um espaço de técnica — é um espaço de ressonância.
Ressonância é quando o meu corpo começa a sentir o que o seu corpo sente.
Quando a tua respiração muda, a minha muda também.
Quando teu sistema se contrai, o meu percebe — e, se eu consigo permanecer presente, essa presença cria campo para que o teu sistema também encontre um pouco mais de segurança.
É nesse espaço que a verdadeira transformação acontece.
Porque não é uma mente “olhando” para outra mente.
É um corpo reconhecendo outro corpo.
É o coração reconhecendo o coração.
A ressonância me permite te acompanhar de dentro — não com interpretações, mas com presença.
Ela me coloca ao teu lado, e não “à frente” de ti.
E, nesse encontro, o que cura não é o que se diz, mas o que se sente.
É um movimento de amor silencioso, que vai dissolvendo camadas de defesa, vergonha e solidão.
E pouco a pouco, o corpo começa a confiar de novo.
A abrir espaço pra vida pulsar com mais liberdade.
Me ancorar na ressonância é o que dá sentido ao meu trabalho.
Porque cada sessão se torna única, viva, e profundamente humana.